Pesquisa de Dicas e Ervas

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segunda-feira, 23 de março de 2009

Hipérico


Arbusto de cheiro aromático e de sabor amargo e adstringente, o Hipérico é originário da Europa e mede de 30 a 80 centímetros de altura. Apresenta um caule avermelhado, sub-roliço, com duas linhas longitudinais salientes, abundantemente ramificadas. As folhas são opostas, oblongas ou elípticas, inteiras, sésseis, glabras, com pontuações escuras junto das margens e manchas translúcidas em todo o limbo devido às bolsas esquizogênicas que contêm óleo essencial quando observadas por transparência. As flores possuem cinco pétalas de um amarelo intenso com glândulas na margem, estando dispostas em cimeiras corimbiformes, hermafroditas, pentâmeras e de cálice persistente; o ovário é constituído por 3 a 5 carpelos, com três estiletes. O fruto é um cápsula ovóide, estriada e com vesículas.
A origem do seu nome botânico possui várias versões, porém a mais aceita diz que Hipericum viria do grego hiper, sobre, e eikon, imagem, significando algo como “aquilo que está acima do imaginado”, uma alusão aos seus efeitos protetores frente aos demônios.
O Hipérico também é conhecido por Erva de São João, sendo esta denominação relacionada com a época de plena floração desta espécie que coincide com o dia em que São João Batista foi decaptado (24 de junho), enquanto que o pigmento vermelho contido em suas flores, a hipericina, simbolizaria ao sangue derramado pelo santo.

Nome Científico: Hipericum perforatum L. Sinonímia: Hypericum angustifolium Lowe; Hypericum deidesheimense Sch.Bip. ex Trev.; Hypericum lineolatum Jord.; Hypericum medium Patrem.; Hypericum microphyllum Jord.; Hypericum officinale Gater. ex Steud.; Hypericum officinale Crantz; Hypericum pseudo-perforatum Bertol.; Hypericum schlosseri Heuff.; Hypericum songaricum Ledeb. ex Spreng.; Hypericum stenophyllum Opiz; Hypericum veronense Schrank ex Link; Hypericum vulgare Lam.; Hypericum vulgare Tourn.

Nome Popular: Hipérico, Milfurada e Erva de São João, em português; Hartheu e Johanniskraut, na Alemanha; Jordhumle e St. Hans Urt, na Dinamarca; Corazoncillo, Corazoncillo de Europa, Espanta Diablo, Hierba de las Heridas, Hierba de San Juan, Hipérico, Hipericón, Perforada, Yerba de San Juan, em espanhol; Chasse Diable, Herbe à Mille Trous, Herbe Aux Piqûres, Herbe de Saint Jean, Millepertuis e Trucheron, na França; St. Jans Kruid, na Holanda; John’s Weed, Perforated St. John’s Wort, St. John’s Wort, em inglês; Cacciadiavoli, Erba di San Giovanni, Iperico, Perforata, Pilatro, em italiano; Johannisoert, na Suécia.

Denominação Homeopática: HYPERICUM.

Família Botânica: Hypericaceae.

Parte Utilizada: Folha, caule e flor (a planta inteira).

Princípios Ativos: Óleo Essencial (0,31-0,35%): rico em hidrocarbonetos sesquiterpênicos: -pineno, -pineno, -terpineol, cadineno, aromandreno, mirceno, cineol, geraniol, limoneno, metil-2-octano; Flavonóides: composto por flavonóis: kempferol, quercetina, quercitrina e isoquercitrina; flavonas e amentoflavonas: luteolina e derivados da biapigenina, respectivamente; catequinas: catequina e isocatequina; hiperosídeo (0,9%), também conhecido como hiperina, um pigmento amarelo; rutina; proantocianidinas; Antraquinonas (Naftodiantronas): emodin antranol, hipericina, isohipericina, pseudohipericina e ciclopseudohipericina; Taninos Catéquicos (3-16%); Pectina; Colina; Hiperforina (2-4,5%); Xantonas; Ácidos cefêico, clorogênico, gentísico e ferúlico; Carotenóides: luteolina, luteoxantina, violaxantina, trollicromona e cis-trollixantina; Fitosteróis: -sitosterol; Cumarinas: umbeliferona; Vitamina C.


Indicações e Ação Farmacológica: O hipérico é indicado para o tratamento da ansiedade, da depressão, nos transtornos neurovegetativos associados ao climatério, na enurese, nas disquinesias biliares, nos espasmos gastrintestinais, na gastrite, na síndrome do cólon irritável, na asma, nas varizes, nas hemorróidas e na fragilidade capilar. Topicamente é utilizada para a cura de feridas, queimaduras, eczemas, contusões e acne. Em Homeopatia é remédio para uso externo e interno, sendo usado em qualquer contusão ou ferimento em que os nervos tenham sido ofendidos, na depressão nervosa, nas nervralgias e nas hemorróidas, dentre outras aplicações.
Podemos dividir em três parâmetros as atividades exercidas pelo Hipérico:
• Atividade Antidepressiva: O mecanismo de ação estaria relacionado com os dois principais componentes antraquinônicos: a hipericina e a pseudohipericina. Estudos iniciais demonstraram uma atividade inibitória sobre as enzimas da MAO (monoaminooxidase) e da COMT (catecol-O-metiltransferase), as quais catabolizam as aminas biológicas cerebrais (Demisch L. et al., 1989; Sparenberg B. et al., 1993).
Estudos recentes tem posto em dúvida este mecanismo devido a ter-se encontrado também modificações nos níveis de citocinas e de receptores de serotonina cerebrais (MüllerW. e Rossol R., 1994). Os efeitos inibitórios da MAO demonstrados pela hipericina, pseudohipericina, flavonas e quercetina não são possíveis de serem demonstrados in vivo (Bladt S. e Wagner H., 1994).
As últimas investigações sugerem que provavelmente o Hipérico atue através de vários mecanismos, incluindo os receptores GABAérgicos, devido a complexa estrutura de seus princípios ativos.
Com relação a determinadas mudanças de humor e de alguns estados depressivos, a Psicoimunoneuroendocrinologia tem importância capital nestas questões. As citocinas teriam um papel importante na regulação das estruturas presentes no hipotálamo, na hipófise e na adrenal. A perda deste controle faz com que as citocinas produzidas pelos monócitos, conhecidas por interleucinas 1 e 6 estimulem o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando a uma mudança de humor, ocasionando a depressão por um aumento da síntese de cortisol através de uma hipersecreção de CRH ou CRF (Hormônio Liberador de Corticotrofina) e de ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico ou Corticotrofina) (Thiele B. et al., 1993).
Tem-se encontrado 170 receptores nas células hipotalâmicas para a interleucina 6. De acordo com as provas efetuadas in vitro no sangue de paciente com depressão, a hipericina produz uma inibição da interleucina 6, o qual leva a uma menor produção de CRF no hipotálamo. Por outro lado, a função cognitiva mostrou-se aumentada ao se verificar uma melhoria na capacidade de concentração, receptividade e memória dos pacientes tratados (Dafunchio A., 1996).
Os eletroencefalogramas de pacientes tratados com Hipérico, mostraram um aumento da onda theta, típica dos estados de relaxamento psíquico, diferente da diminuição desta onda provocada pelos antidepressivos tricíclicos. Os transtornos do sono também estão melhorados devido ao Hipérico atuar sobre as fases 3 a 4(ondas lentas) no REM do encefalograma (Johnson D. et al., 1993).
Os estudos comparativos com outras drogas antidepressivas (imipramina e maprotilina) promoveram resultados iguais ou levemente superiores (medidos na escala de Hamilton) e com muito menos efeitos colaterais (Vorbach E. et al., 1994; Harrer G. et al., 1994).

• Atividade Antiviral: Esta atividade também está centrada sobre os seus dois componentes principais: hipericina e pseudohipericina. Os primeiros trabalhos demonstraram a efetividade destes componentes, in vitro, em casos de vírus da estomatite vesicular, vírus da influenza, para-influenza 3, citomegalovírus murino (in vivo), Sindbis vírus e herpes simplex vírus dos tipos I e II (Lavie J. et al., 1989; Wood S., et al., 1990; López-Bazzocchi et al., 1991; Serkedjieva J., 1996).
Vários trabalhos têm demonstrado uma ação inibitória da hipericina sobre o vírus da anemia infecciosa eqüina, um retrovírus geneticamente aparentado com o HIV (Carpenter S. et al., 1991). As portas estão abertas para a investigação do efeito do Hipérico sobre o retrovírus da AIDS. Em um estudo piloto que envolveu 18 pacientes portadores do vírus HIV, aos quais se administrou extratos de Hipérico tanto via oral (em forma de comprimido) quanto por via intravenosa, pôde-se observar em 16 pacientes um aumento da taxa de linfócitos CD4/CD8 durante um período de observação que durou 40 meses, sem o aparecimento de sintomas de agravamento ou enfermidades recorrentes da síndrome (Steinbeck K. e Wernet P., 1993).
Várias publicações têm demonstrado que a fotoativação da hipericina aumenta seu potencial inibitório viral. O papel que desempenha a luz sobre atividade antiviral, foi descrito no começo da década de noventa, observando-se uma atividade inibitória reduzida em ambientes escuros, mesmo aumentando a dose (Hudson J. et al., 1991; Carpenter S. et al., 1991).

• Atividade Fotossensibilizante: Grande parte das literaturas informam que este efeito é mais adverso que terapêutico, baseado em experiências feitas em animais. Porém um estudo realizado com queratinócitos humanos, demonstrou que o uso em doses terapêuticas de extratos de Hypericum perforatum possui toxicidade quase nula. Por outro lado,

Toxicidade/Contra-indicações: O Hipérico é uma droga de origem vegetal que pode ser usada com muita segurança para os casos de depressões leves ou moderadas. A diferença do Hipérico e outros anti-depressivos sintéticos é não provocar dependência, e nem potenciação dos efeitos do álcool (Schmidt U. et al., 1993). Devido ao seu complexo e múltiplo mecanismo de ação, aconselha-se manter todas as mesmas restrições alimentícias que as observadas durante os tratamentos com IMAO. .
A hipericina é uma substância fotossensibilizante o qual surge de várias experiências realizadas sobre diferentes espécies de animais expostas com comprimentos de onda entre 540 e 610 nm. Inclusive animais de pastoreio que comiam esta planta mostraram reações dérmicas. As injeções subcutâneas de hipericina em ratos que logo foram irradiadas com luz elétrica, provocaram sintomas tais como inquietude, prurido e formação de úlceras dérmicas. Porém não foram registradas manifestações cutâneas adversas importantes em humanos nas doses habituais (somente alguns casos de eritemas ou prurido devido ao óleo essencial para uso tópico). Recomenda-se não se expor ao sol de forma prolongada enquanto se submete ao tratamento pelo Hipérico (Benner M., 1979; Caplletti E. et al., 1982; Roots I. et al., 1996).
É contra-indicado o uso durante a gravidez, lactação e para crianças menores que 12 anos de idade.

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão: 15 a 30 g/l, três ou quatro xícaras ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 0,3 a 1 g/dia;
- Tintura (1:10): 50-100 gotas, uma a três vezes ao dia.

• Uso Externo:
- Oleato de Hipérico, Tintura, Extrato Fluido ou Hidroglicólico.

Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição. 1998.

• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.

• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira. 1983.





Um comentário:

Unknown disse...

Gostaria de saber qual o melhor horário de se usar o hipérico, se com alimento ou não.