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terça-feira, 3 de março de 2009

Aloe


Segundo a Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977) o termo Aloe é definido como: “Suco dessecado por meio do calor, proveniente de várias espécies do gênero Aloe (Liliaceae), principalmente do Aloe perryi Baker, conhecido comercialmente por Áloe Socotrino; do Aloe vera L. (Aloe barbadensis Miller), conhecido por Áloe de Curaçau; do Aloe ferox Miller e de híbridos destas espécies com o Aloe africana Miller e o Aloe spicata Baker, conhecidos por Áloe do Cabo. O Áloe não deve dar menos de 50 por cento de extrato hidrossolúvel. O Áloe deve mostrar fluorescência ainda na diluição de 1:5.000, examinado pelo método indicado no doseamento.”
Ainda nesta edição do Código Farmacêutico, este suco dessecado do Aloe do Cabo (Aloe ferox Miller) é descrito da seguinte maneira: “Massas irregulares, de cor castanho-escura, com reflexos esverdeados, de fratura lisa e vítrea, odor acre, desagradável, característico e sabor muito amargo e nauseante. Seus fragmentos são translúcidos nos bordos, muito friáveis, dando pó amarelo.”
A espécie Aloe ferox é uma variedade selvagem proveniente do sul da África e regiões desérticas principalmente do Cabo da Boa Esperança. Pode chegar a alcançar até 5 metros de altura, com folhas lanceoladas, carnosas, apresentando uma série de dentes ou espinhos de cor castanho-avermelhada nas margens. Florece no inverno com flores vermelhas, sob a forma de inflorescência do tipo racimo. É de crescimento lento e requer regiões ensolaradas para crescer. Possui as mesmas aplicações que a mais famosa das espécies do gênero Aloe: Aloe vera L.
Este suco ou resina proveniente da planta não deve ser confundido com o chamado gel de Aloe vera, o qual é uma mucilagem obtida das folhas, que é muito utilizado em cosméticos por suas propriedades emolientes, hidratantes, antiinflamatórias e antibacterianas.
O uso folclórico por parte de algumas tribos africanas utiliza a decocção das folhas no tratamento de afecções venéreas. Outras tribos utilizam a polpa fresca nas conjuntivites crônicas e demais enfermidades oculares. Os filipinos misturam a polpa com vinho e aplicam na cabeça para dar brilho aos cabelos. Em Java e na Malásia utilizam um licor feito só com a polpa em massagens capilares para estimular o crescimento capilar.

Nome Científico: Aloe ferox Miller.

Nome Popular: Aloe, Aloe do Cabo e Aloés do Cabo, no Brasil; Aloe, na Itália, na Alemanha e em inglês; Aloe e Aloe del Cabo, em espanhol; Aloés, na França.

Denominação Homeopática: ALOE.

Família Botânica: Liliaceae.

Parte Utilizada: Resina (suco dessecado por meio do calor).

Princípios Ativos: Derivados Hidroxiantracênicos: aloínas A e B, 5-hidroxialoína A, aloe-emodina e crisofanol; Glicosil Cromonas: aloeresinas A, B e em menores quantidades C e isoaloeresina; Aloeninas A e B.


Indicações e Ações Farmacológicas: A resina é indicada na prisão de ventre, na limpeza intestinal para exames ou intervenções cirúrgicas e nas disquinesias hepatobiliares.
Os estudos quanto à ação farmacológica foram realizados em relação à Aloe vera, sendo estes aplicados também à Aloe ferox, pois são espécies muito próximas e possuem quase os mesmos princípios ativos. Devido à grande quantidade de estudos já realizados, é conveniente dividirmos as ações farmacológicas por partes:
• Aparelho Digestivo: A doses baixas (10-60mg/dia), é um tônico digestivo e colagogo. A doses médias (100 mg/dia), produz um efeito laxante; A doses maiores (200 mg/dia) é purgante.
Os derivados hidroantracênicos são transformados no intestino em aloe-emodin antranona, que produz uma ação irritante sobre as terminações nervosas da membrana intestinal, aumentando a secreção do muco intestinal e o peristaltismo, como também inibindo a reabsorção de água e eletrólitos, especialmente o potássio.

• Atividade Anti-infecciosa: Um dos primeiros ensaios realizados com a resina de Aloe em culturas com Staphilococcus aureus, S. viridis, Streptococcus sp., Corynebacterium xeros, Salmonella triphi e S. paratiphi, observou-se inibição de crescimento comparáveis com as observadas com outros antibióticos (Lorenzetti L. et al., 1964). Em estudo feito no sul da África, pode-se de demonstrar que os compostos aloe-emodina e aloína extraídos da resina, exerce uma atividade inibitória sobre o crescimento em culturas de Mycobacterium tuberculosis (Bruce W., 1967). Na década de 80, estudos realizados nos EUA, a baixas concentrações de extrato seco a 60%, obteve-se efeito bactericida em 9 de 12 espécies examinadas: Citrobacter sp., Serratia marcescencens, Enterobacter cloacae, Klebsiella pneumoneae, Pseudomonas aeruginosa, Staphilococcus aureus, Streptococcus pyogens, Streptococcus agalactiae e Candida albicans. Apresentaram resistência: Escherichia coli, Streptococcus fecalis e Bacillus subtilis. (Robson M. et al., 1982).
A respeito da atividade anti-viral, já se demonstrou ser ativo diante aos tipos I e II da Herpes, da Varicela e da Gripe.

• Atividade Imunomoduladora: Tanto o gel quanto a resina possuem interessantes ações imunomoduladoras. A resina apresenta duas frações com atividade imunomoduladora: de alto peso molecular (composta por monossacarídeos) e de baixo peso molecular (mistura de derivados antracênicos). A primeira fração estimula a fagocitose e protege os leucócitos contra a ação deletéria dos radicais livres. No entanto as antraquinonas, na presença de leucócitos polinucleares, apresentam uma diminuição da atividade do Complemento C (Peris J. et al.,1987).
A aloe-emodina é um componente que possui efeitos significativos em alguns tipos de sarcomas e na leucemia linfocítica P-338 (Kupchan S. et al., 1980).

• Atividade Hipoglicemiante: Os princípios amargos existentes na resina possuem propriedades hipoglicemiantes leves em animais de laboratório. Esta redução se observa tanto em animais normais ou aqueles com diabete induzida por aloxano (Ajabnoor M., 1990).

Toxicidade/Contra-indicações: Não ultrapassar a dose máxima de 500 mg/dia.
Tanto as aloínas quanto a resina como um todo, em doses extra-terapêuticas, podem produzir um intenso efeito catártico, com diarréias sanguinolentas, cólicas intestinais, vômitos, hipotermia, albuminúria, convulsões e colapso.
O maior perigo dos laxantes irritantes mora na automedicação e no uso crônico: a administração contínua produz uma perda de eletrólitos que altera o equilíbrio sódio-potássio. A depleção de potássio produz uma paralisia da musculatura intestinal, o que culmina numa perda do efeito laxante e a prisão de ventre se perpetua e obriga a aumentar paulatinamente a dose. Isso origina a longo prazo danos irreversíveis sobre a membrana e a musculatura intestinal, com o aparecimento de evacuações com abundante mucosidade e coloração escura da mucosa intestinal (pseudomelanose retocólica). A hipocalemia potencializa a ação dos heterosídeos cardiotônicos e interfere na ação de antiarrítmicos. A administração simultânea de diutréticos tiazídicos e corticosteróides podem agravar o desequilíbrio eletrolítico.
Os derivados antraquinônicos podem possuir um efeito glicosídico, especialmente perigoso durante o primeiro trimestre de gravidez e portanto é contra-indicado o uso na gravidez. É contra-indicado também para lactantes, para crianças menores que 10 anos de idade, pacientes que possuam dores abdominais de origem desconhecida, obstrução das vias biliares, hemorróidas, cistite, prostatite, doença de Crohn, colite ulcerosa, síndrome do cólon irritável e insuficiência cardíaca ou renal.

Dosagem e Modo de Usar:
• Como tônico, digestivo e colagogo:
- Pó: 10-60 mg/dia;
- Tintura Simples: 5 a 20 gotas/dia;

• Como laxante e colagogo:
- Pó: 50-100 mg/dia, sob a forma de comprimidos ou cápsulas;
-
- Extrato Seco (5:1): 10-20 mg/dia;

• Como purgante drástico:
- Pó: 100-200 mg/dia, sob a forma de comprimidos ou cápsulas;
- Extrato Seco (5:1): 20-40 mg/dia.


Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3ª edição. 1977.

• SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega.
1980.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

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